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REFLUXO
REFLUXO

 

Refluxo na infância

 

Sabe aquela queimação que sentimos às vezes na garganta ou azia?  Esse incômodo pode ser chamado de Refluxo Gastroesofágico, que nada  mais é que a volta do alimento, sólido ou líquido, do estômago para o esôfago.

Acontece que isso não é apenas um problema de adultos. Os bebês e as crianças também sofrem com vômitos e regurgitações     principalmente após as mamadas e refeições.

Antes de  aprofundarmos no assunto, vamos entender o processo. O esôfago  é um  tubo muscular que conduz os alimentos da boca ao estômago.Na sua  parte inferior existe um esfíncter que se abre para a passagem dO alimento e se fecha para que o alimento não volte. Quando o esfíncter é fraco ou imaturo, ele não segura o alimento no estômago, que  acaba voltando para o esôfago na forma de regurgitação ou vômito. Agora já estamos mais por dentro do assunto.

Todas as pessoas já devem ter apresentado em algum momento da vida a  volta do alimento do estômago em direção à boca sem     que isso acarretasse em algum  problema. Quando a freqüência, quantidade e duração são exageradas, o refluxo é considerado     uma doença.

A grande maioria dos  bebês apresenta refluxo gastroesofágico por causa da imaturidade do esfíncter esofagiano. É chamado de refluxo  fisiológico, isto é, que  faz parte do desenvolvimento infantil.

Atenção, mamãe -  Em 80% dos casos, o refluxo tende  a regredir a partir dos seis meses de vida coincidindo com a introdução     dos alimentos sólidos e a condição de uma postura corporal mais ereta.

O refluxo  gastroesofágico é considerado patológico quando  os episódios de  vômitos e regurgitações não  melhoram depois dos seis meses de vida  mesmo com alterações na postura e dieta. Nessa fase, a criança não  ganha peso ou o perde e pára de crescer e produz uma esofagite (inflamação do esôfago).

Além desses problemas, a criança  apresenta sintomas como irritabilidade, choro persistente, dificuldade para dormir, recusa de alimentos ou complicações  relacionadas ao nariz, ouvido, seios da face e garganta.

Em  casos mais graves, a criança pode apresentar uma apnéia (parada respiratória) ou aspirar o próprio refluxo (chegar aos pulmões), progredindo para uma pneumonia aspirativa. Preste atenção se seu filho apresenta como sintoma chiado no peito.

Nas crianças mais  velhas, os sintomas são de dor ou sensação  de queimação no peito que se move até o pescoço(azia), gosto ácido ou amargo na boca, vômitos, episódios     de tosse, arrotos e dor ao engolir o alimento.

Como vencer o refluxo?  - O refluxo tem cura e pede alguns cuidados que devemos ter no  cotidiano das crianças. A manutenção do Leite materno é essencial, assim como deixar a criança no colo  “em pé” para arrotar depois de  alimentada por pelo menos     meia hora antes de deitá-la. Se a criança  já toma leite de vaca, às vezes poderá ser necessário engrossar com  farinha de arroz ou milho.

Fracionar a alimentação para que o estômago não distenda e o refluxo seja evitado é outro cuidado. A quantidade de alimento     deve ser menor por vez e dada em mais vezes  ao dia. Alguns alimentos devem ser evitados como gorduras e  frituras, chocolate, sucos cítricos (ácidos),  café, refrigerante e  iogurte.

Outra dica: a cabeceira do berço ou da cama da  criança deve ficar elevada para que a ação da gravidade ajude o  esvaziamento     gástrico, assim como a posição de lado em cima do braço direito.

Os casos mais sérios são tratados com medicação que auxiliam também no esvaziamento gástrico e neutralizam a acidez da substância do estômago. A indicação de cirurgia  hoje é pequena  devido ao bom desempenho dos medicamentos e dos cuidados     na vida  diária.

Bruno Rodrigues

É normal meu filho regurgitar?

Depende. O  bebê pode regurgitar ou golfar um pouco de leite depois de mamar ou até acabar  vomitando de vez em quando, sem causa aparente. Pode ser que às vezes ele tussa  depois de regurgitar, como se o leite tivesse entrado pelo "buraco errado". 
Isso tudo é normal e esperado em crianças de até1 ano, por isso, se seu  filho não tiver nenhum outro sintoma, não há com o que se preocupar.
Só  mantenha uma fraldinha ou paninho de boca sempre à mão para emergências, e não  se esqueça de colocar uma blusa extra para você na sacola do bebê, para o  caso de um "acidente".
Tanto bebês que mamam no peito quanto bebês que tomam forma podem regurgitar ou ter refluxo.
Algumas crianças, no  entanto, regurgitam em grande quantidade, chegando a afetar seu ganho de peso,  causando dores de garganta e até problemas respiratórios, o que já indica um  quadro bem mais sério de refluxo.

Preciso falar com o médico?

É sempre bom  comentar com o pediatra o que está acontencendo com o bebê, mas é preciso mais  urgência na atenção às regurgitações se:

  • seu bebê parecer não estar ganhando peso
  • o bebê chorar muito sempre depois de mamar
  • ele estiver vomitando com muita frequência
  • ele começar a ter muita tosse
  • ele ficar irritado, curvando-se para trás, depois de mamar

O diagnóstico do refluxo pode ser apenas clínico, ou seja, baseado no exame  físico do bebê e na descrição dos sintomas. Existem outros exames para  investigar o refluxo, como um raio-X do sistema digestivo (o bebê precisa tomar  um contraste).
Você pode tentar em casa algumas medidas simples para  ver se o problema melhora, como manter o bebê em posição ereta por 20 minutos  depois de cada mamada e elevar um pouco a cabeceira do berço.
Outra  estratégia é aumentar a frequência das mamadas para diminuir a quantidade de  leite em cada uma delas -- às vezes os bebês mamam demais de uma vez só, o que  acaba provocando vômitos.
Alguns médicos sugerem ainda que a mãe  elimine o leite de vaca de sua própria alimentação, porque os sintomas de  refluxo podem ser causados por INTOLERANCIA a certas proteínas presentes no leite de vaca, que passam para o leite materno.  O mesmo se aplica a bebês que tomam fórmula.

Qual é a causa do refluxo?

Bebês podem ter  refluxo porque uma válvula que conecta o esôfago ao estômago, chamada esfíncter,  está enfraquecida ou ainda não funcionando direito, permitindo que alimentos e  sucos gástricos voltem do estômago em direção à boca.
Lembra dos seus  tempos de grávida? O aumento do útero pressionava esta mesma válvula, a sua,  levando àqueles episódios de azia
Cerca  de 50 por cento de todos os bebês apresenta algum tipo de refluxo, mas apenas em  uma pequena porcentagem ele se torna um problema sério. Aos 10 meses, somente  cerca de 5 por cento dos bebês ainda sofre com o refluxo.

Existe algum tratamento médico para o  refluxo?

Nos casos mais graves, o pediatra pode receitar antiácidos,  medicamentos anti-refluxo, produtos para engrossar um pouco o leite ou fórmulas  anti-refluxo já prontas. Só use esse tipo de tratamento sob a orientação do  médico. Talvez o pediatra prefira encaminhar o bebê para um gastroenterologista,  que possa prescrever outros tipos de medicamentos.
Crianças só são  tratadas quando o refluxo realmente atrapalha a vida delas. Existem bebês que  simplesmente regurgitam mais que os outros, mas não têm nenhum outro desconforto  e se desenvolvem normalmente. Nesse caso, o tratamento não é necessário.

O refluxo é grave?

É importante acompanhar  atentamente o ganho de peso de bebês com refluxo. Alguns bebês não engordam o  suficiente porque não conseguem manter muito leite no estômago, e outros acabam  perdendo o apetite por causa do desconforto causado pelo ácido.
Existe  também o risco de desenvolver esofagite, uma inflamação da mucosa do esôfago,  que pode ser persistente e provocar problemas mais sérios no futuro.
Se  a regurgitação ou o vômito entrarem no sistema respiratório, o bebê pode  adquirir problemas como pneumonia,  tosse persistente à noite, sinusite (em crianças maiores) ou otite,  por isso é bom ficar de olho em sinais dessas doenças. O ácido estomacal também  pode prejudicar o esmalte dos dentes da criança.
Em casos raros, o  conteúdo gástrico não chega a sair na forma de regurgitação, mas fica entrando  nas vias respiratórias, causando problemas. Por esse motivo, no caso de  infecções respiratórias recorrentes ou tosse, a possibilidade de refluxo deve  ser levada em conta.
Mais que tudo, o refluxo pode dificultar muito a  vida da família toda, pois os pais não conseguem aliviar o desconforto da  criança, além de terem de lidar com o estresse de alimentá-la e mantê-la limpa.  O consolo é lembrar que o refluxo vai embora sozinho, e um dia a choradeira, o  cheiro de azedo e as constantes fraldinhas sujas serão só uma lembrança distante  no seu passado.
FONTE:BABY CENTER