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CUIDADOS COM SEU BEBÊ
CUIDADOS COM SEU BEBÊ

 

 

O ritmo de crescimento do bebê e as visitas ao pediatra

 

As consultas periódicas ao pediatra são muito importantes para assegurar que a criança esteja se desenvolvendo dentro do ritmo esperado para a sua idade e histórico familiar

 

 

 

O crescimento do bebê sempre gera dúvidas e preocupações nos pais. O desenvolvimento motor, a capacidade física, a linguagem e outras evoluções sempre os deixam ansiosos. Por isso, é recomendado que os filhos pequenos tenham visitas periódicas aos pediatras, assim as fases são acompanhadas e qualquer problema detectado poderá ser tratado no tempo ideal. 

 

O primeiro ano de vida do bebê requer atenção e cuidados especiais. Nessa época, o crescimento tem uma ascensão constante, que vai diminuindo até completar um ano. O Dr. José Gabel é membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e comenta que nos primeiros meses o bebê cresce de 4 a 5 cm por mês. “Depois, com uns 3, 4 meses, ele cresce em média 3 cm. Depois diminui para 1,5cm a 2 cm por mês. Quando o bebê completar 1 ano, ele deverá ter crescido entre 24cm a 28 cm.”

 

O pediatra compara a evolução do bebê com a curva de crescimento criada pela Organização Mundial de Saúde, em que a maioria das crianças fica na média. A mesma lógica corresponde ao peso. “No fim do 1º ano de vida, o peso deve ser o triplo do nascimento. Importante ressaltar que o crescimento varia de criança a criança, com as suas particularidades. O importante é estar dentro da normalidade estipulada pela OMS”.

 

Criança sendo consultada por um médico pediatra - Foto: wavebreakmedia/ShutterStock

 

Perda de Peso

 

A perda de peso não é comum. Depois de uma fase a criança começa a diminuir o ganho de peso, mas nunca deve deixar de ganhar ou estacionar. “Isso não é normal. Pode significar algum problema como doenças crônicas, desidratação. A criança deve ser levada a um pediatra”. O Dr. José também explica que além do crescimento os pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da criança. As capacidades motoras, de coordenação, de fala – enfim, as habilidades cognitivas.

 

Cada criança cresce em um ritmo próprio

 

Os pais devem evitar comparações com outras crianças, que se comportam e se desenvolvem de maneiras diferentes. O crescimento segue o padrão genético familiar, que vai ser acompanhado pelo pediatra. O que importa é se a criança está crescendo a cada consulta, sem importar o tamanho. Há motivo de preocupação somente se a criança parar de crescer ou começar a crescer muito devagar. A situação oposta, um crescimento acelerado, também deve ser avaliada. “É necessário considerar a herança familiar. É um fator primordial. Se você tem um pai de 1,60 e uma mãe de 1,48, a criança não vai ser muito grande”, conta o pediatra.

 

Consultas de rotina: de quanto em quanto devo levar meu filho ao pediatra?

 

Para saber se o filho está crescendo na média e se desenvolvendo de forma saudável, os pais devem levar os bebês em consultas periódicas ao pediatra. Até os 7, 8 meses, essas consultas devem ser mensais. “Depois, bimestral até 1 ano. Trimestral até 2 anos. E semestral até o terceiro. Assim, os pais e o pediatra da criança já estipulam uma rotina e uma relação com as consultas”, recomenda o Dr. José.

 

Se os pais desconfiam que o bebê não esteja crescendo de forma adequada, eles devem procurar orientação médica antes de qualquer medida. O pediatra alerta que os tratamentos de crescimento, suplementos alimentares e outras intervenções só devem ser realizados perante a indicação do pediatra. “O excesso de vitaminas pode sobre-estimular alguns órgãos. Por exemplo, um leite muito concentrado pode sobrecarregar os rins. É inadequado. Apenas com orientação e prescrição”.

 

Dr. José lembra que o aleitamento materno é fundamental para a boa nutrição do bebê e, consequentemente, o seu crescimento. “É primordial o leito materno exclusivo até os 6 meses. Ele tem todas as características necessárias e concentração adequada. Quantidade certa de gordura, de proteína, de cálcio”.

 

Após os 6 meses, os pais já podem incluir outros alimentos na dieta da criança mas, se a mãe ainda produzir leite, o aleitamento é recomendado até os 2 anos. “Nós moramos em um país tropical, então temos a facilidade para encontrar alimentos naturais. É importante que os pais ofereçam uma alimentação saudável para a criança e evite produtos industrializados, com conservantes e processos de fermentação que não são saudáveis”, finaliza o pediatra.

 

Natássia Massote 

Chupeta ortodôntica: vale à pena?

 

Geralmente os pais ficam numa enorme indecisão: oferecer ou não a chupeta ao seu filho. Muitos optam pela chupeta ortodôntica. Será que esse simples acessório traz prejuízos ao desenvolvimento do  seu  bebê? Saberemos agora.

 

O reflexo de sucção aparece no bebê já na décima oitava semana de vida uterina. É um reflexo de  sobrevivência, já     que o bebê precisa sugar para se alimentar.

 

Além disso, sugar dá prazer ao bebê. Assim, o pequeno precisa sugar para saciar sua fome e para atender sua necessidade de sucção. Aí entra a questão da chupeta.

 

Os pais precisam saber que tanto a chupeta  comum quanto a ortodôntica trazem sim prejuízos ao desenvolvimento  da criança. Os dois modelos produzem alterações nos arcos dentais e  na musculatura facial da criança. A diferença entre eles está na  gravidade dos danos causados.

 

Não vamos nos esquecer: a  criança sente prazer em sugar. Portanto, a necessidade de sucção da  criança pode ser saciada de     outras maneiras que não a chupeta, como, por exemplo, a amamentação.O bebê tem que sugar o seio se  alimentando e satisfazendo sua necessidade.

 

Quando o peito da mãe está muito cheio de leite, o bebê  não tem trabalho para retirar o leite e mata a fome, mas não mata     a vontade de sugar. Aí entra o  segredinho. Nesse caso, a mamãe tem que retirar um pouco de leite  antes de amamentar para que o bebê tenha  que se esforçar para acabar com a fome. Matou charada?

 

Bebês que não amamentam podem usar um copo de bico com válvula que fará o bebê trabalhar mais para obter o leite.

 

Chupeta, mesmo ortodôntica, deve ser evitada ao máximo.O ideal é que as  mamães nunca ofereçam esse acessório às crianças. Cabe à mamãe dar  os primeiros passos para que o bebê não sofra as conseqüências de  algo perfeitamente evitável.

 

Largue o quanto antes - Se a chupeta já fizer parte do cotidiano da criança, o melhor é que  seja abandonada até por volta dos dois ou três anos. Dessa forma, alguns dos efeitos negativos deste hábito, como a mordida aberta  anterior, tendem a regredir. Depois desta idade,os problemas  progridem, podendo afetar algumas funções como a fala, mastigação,  deglutição e respiração.

 

As mamães não são informadas o  suficiente para saber que mesmo as chupetas ortodônticas geram  alterações que por vezes não se resolvem somente com a dentição  permanente ou uso de aparelho. Muitas vezes a criança precisará  também de apoio psicológico para retirada do hábito, terapia fonoaudiológica para as alterações de fala, mastigação e deglutição e tratamento otorrinolaringológico para a respiração.

 

É  importante que a mamãe perceba o que o bebê está tentando transmitir quando chora e atender a essas necessidades sem substituí-las pelo uso do “cala-a-boca” chamado chupeta.

 

Dicas

0 a 6 meses A amamentação exclusiva é uma prevenção ao uso da chupeta.

 

6 meses a 3 anos Se o hábito da chupeta já estiver instalado, o ideal é que se retire até essa idade para que os danos sejam pequenos.

 

3 a 6 anos Se a mãe sozinha não conseguir retirar a chupeta do seu filho, especialistas como fonoaudiólogos, dentistas e psicólogos devem ser  procurados.

 

Bruno Rodrigues

 

Assaduras no bebê

 

Ai, minhas dobrinhas estão assadas!

 

Quase todo bebê  sofre com as assaduras nas dobrinhas causadas pelas fraldas. E, muitas vezes, os pais não sabem porque elas aparecem nem como fazer para sumir com elas. Para isso nós conversamos com um especialista, o Dr. Calil Farhat, professor titular da disciplina de infectologia para tratamento de pediatria da Escola Paulista de Medicina/ UNIFESP,  que vai contar tudo o que os pais precisam saber sobre assaduras.

 

Para começar, a assadura é conhecida no meio médico como dermatite de  fralda, que é um comprometimento da pele que ocorre na raiz da coxa, nas nádegas, na porção baixa do abdômen e na região genital,  exatamente na área coberta pelas fraldas.

 

Essa dermatite se  manifesta pelo aparecimento de vermelhidão, inchaço discreto da pele e pode evoluir com pequenas erosões na pele, bolha,ulceração (feridas), que causam mal estar e desconforto para o bebê.

 

Segundo o médico, essa é a lesão de pele mais comum em crianças pequenas, atingindo até 35% das crianças nos dois primeiros anos de vida, que  correspondem ao período de utilização das fraldas.

 

Isso  acontece porque o uso de fraldas provoca exposição prolongada à  urina, o que leva a excessiva hidratação da pele e elevação   do seu  pH, deixando-a mais sensível. Surge então a assadura, proveniente   do contato prolongado da pele com urina e fezes, tornando-a suscetível à fricção com as fraldas e a outros irritantes como resquícios de sabões e detergentes, substâncias encontradas nas fezes e urina, fungos e bactérias.

 

A assadura está ligada aos cuidados na troca das fraldas, ao tipo de fralda usada e ao uso de calça plástica que facilita o aparecimento dela. A alimentação e a estação do ano  também  têm influência no aparecimento de assaduras, no verão pela     transpiração e no inverno pela dificuldade de perceber se a criança urinou ou evacuou.

 

E para evitar as assaduras nas dobrinhas do bebê, o Dr. Calil Farhat tem boas dicas. A criança que usa fralda  deve ser trocada com bastante freqüência nos primeiros meses de  vida, período em que o bebê evacua e urina freqüentemente. É uma  maneira de prevenir a dermatite ou evitar o agravamento de uma já existente.

 

Se a criança "fez xixi" a fralda deve ser trocada e  deve se  lavar a criança somente com água morna; se a criança "fez cocô" lavar com água morna e com sabonete de glicerina ou sabonete especial para criança. Depois, se deve enxugar a pele da criança      delicadamente com uma toalha sem esfregar, para não provocar atrito com a pele.

 

Outras medidas preventivas podem ser tomadas, como  por exemplo, usar certos cremes e pomadas que existem à base de  óxido de zinco e petrolato, que são substâncias que funcionam como  barreira mecânica de proteção à pele, diminuindo a possibilidade do  atrito da fralda com a mesma e, além disso, tem uma função de ajuda na reconstrução da pele, quando há a dermatite.

 

Paula R. F. Dabus