Pergunta clássica e que costuma ser feita quando a mãe já está desesperada com o bebê chorando sem parar: como faço para produzir mais leite materno?
O problema ocorre porque seu corpo está reagindo a algo errado. Mas não se desespere, pois é perfeitamente reversível. A dificuldade de fabricação do leite geralmente é reflexo de problemas emocionais, entre outros fatores.
Vamos explicar direitinho os principais motivos para a produção insuficiente de leite e como corrigi-los.
Ansiedade, estresse, cansaço, tensão pós-parto e dores relacionadas à gravidez e amamentação podem reduzir a produção de leite, já que esses fatores jogam no corpo da mulher hormônios que inibem a descida do leite materno.
Busque a causa do estresse que te domina e tente domá-lo. Se dê o direito de repousar de verdade. Procure superar ou enfrentar situações difíceis de maneira mais harmoniosa e peça um pouco mais de apoio do papai ou outra pessoa nos afazeres domésticos. O corpo da mulher às vezes funciona como uma bomba-relógio. Aprenda a desligar esse artefato, pois a calmaria, de uma forma bem didática, auxilia no funcionamento adequado do corpo.
Outra razão para o pouco leite é a amamentação incorreta ou (e) insuficiente do bebê. Quanto mais você der de mamar corretamente, mais o seu corpo vai produzir leite materno. É algo natural do corpo. O prazer em ver o fofinho mamando perfeitamente acaba liberando mensagens positivas ao cérebro, que automaticamente, “autoriza” a produção de mais e mais leite.
Tanto é que se a amamentação estiver perfeita, você vai ter leite para dar de mamar várias vezes ao dia. Isso acontece justamente porque a produção é estimulada devido à amamentação certa.
Se amamentar corretamente é fundamental para fabricar mais lente, precisamos ter noção de como conseguir uma amamentação certa. Vale algumas observações pertinentes. Como já dissemos em outros artigos, o ideal é o bebê abocanhar toda a aréola do seio, e não apenas o bico.
O bebê quando põe a boca de forma errada no peito da mãe acaba trazendo dois problemas grandes. Ele pode ferir o bico do seio da mãe, causando dores fortíssimas e atrapalhando futuras amamentações. Além disso, por pegar errado o peito, consequentemente sairá menos leite do peito. E como foi dito no começo do texto, se a amamentação for incorreta, a mãe terá mais dificuldade de produzir leite.
Veja só por que o pequeno deve pegar toda a aréola do seio. As “bolsinhas” que guardam o leite materno ficam posicionadas por baixo de toda a aréola do seio e, portanto, o bebê terá muito mais facilidade se tiver a boca em toda a aréola.
Cuidado com promessas salvadoras – É comum nesta fase preocupante por conta do pouco leite ouvirmos histórias de “remédios milagrosos” (geralmente feito à base de plantas medicinais), que prometem deixar os seios cheio de leite de uma hora para outra. Mãe, seja mais criteriosa e não aceite qualquer coisa.
Você pode até voltar a produzir mais leite depois de tomar um suposto “remédio”. Mas a melhora veio não por causa do produto, mas sim porque você controlou seu emocional de outras formas mais interessantes.
De qualquer forma, caso esteja enfrentando esse problema, consulte um profissional da saúde, de preferência o pediatras. Ele vai analisar seu caso especificamente e determinar se você de fato precisa ou não de medicamentos.
Produzindo pouco leite, será?
Você pode achar que está produzindo pouco leite mas isso pode ser apenas uma preocupação sem fundamento porque você acha que o seu bebê não está "gordinho" como outros que você vê por aí. Existem fases de crescimento e variações no ganho de peso são esperados. Bebê gordinho não quer dizer bebê saudável.
Bruno Rodrigues
13 dicas para você se preparar para a amamentação
A amamentação é um tema que deixa as futuras mamães cheias de dúvidas. Veja como superar tudo isso.
Apesar de ser muito natural, a amamentação pode trazer algumas dúvidas, afinal, trata-se de um aprendizado, tanto para a mãe, quanto para o bebê. Mas, então, como podemos nos preparar para a amamentação?
Não, você não precisa passar aquela bucha vegetal nas aréolas e mamilos, como talvez você já tenha ouvido por aí. Hoje já se sabe que isso acaba com a camada de gordura natural que se forma nas mamas e serve para protegê-las, tornando-as ainda mais sensíveis.
A resposta não está nas mamas e sim na cabeça. A melhor forma de estarmos prontas para o aleitamento materno é ter informação de qualidade. Se tivermos a certeza de que podemos amamentar, que nosso leite é o melhor alimento para nossos filhos e que dificuldades podem aparecer mas, com a ajuda correta, elas logo desaparecem, estaremos prontas.
Se você está grávida e quer se preparar para esse momento especial, confira essas dicas:
Conheça a importância da primeira mamada Converse com a equipe que irá atendê-la no parto e diga que você quer amamentar seu bebê na primeira hora de vida. Esse primeiro contato promove a proteção imunológica que o bebê precisa ao nascer, além de ajudar no sucesso da amamentação. Ainda que ele não queira mamar e apenas cheire ou lamba seus mamilos, esse ato ajuda na criação do vínculo entre mãe e filho. No contato pele a pele o bebê sente o cheiro e o calor da mãe, regulando sua temperatura, além de estabilizar sua respiração. Um dado interessante: o colo da mãe sobe até dois graus sua temperatura quando o recém-nascido e colocado sobre eles logo após o parto. Peça para ficar em alojamento conjunto com seu bebê na maternidade. Essa prática faz com que mãe e bebê fiquem juntos o maior tempo possível, possibilitando o contato pele a pele e permitindo que a equipe do hospital possa auxiliá-la tanto na amamentação como nos primeiros cuidados com o bebê. Assim, você pode amamentá-lo sempre que ele requisitar e evita que seja dado leite artificial a ele.
Mantenha distância de bicos artificiais Bicos de silicone, muitas vezes indicados já dentro das maternidades, só atrapalham a amamentação. Eles não permitem que a ordenha seja feita corretamente, diminuindo a quantidade de leite e ferindo os mamilos. Independente do tipo de mamilo que você tenha, não há necessidade de usar um intermediário, porque bebê não mama o bico e sim a aréola, onde estão concentrados os seios lactíferos, conhecidos como “bolsões de leite”. Chupetas e mamadeiras também são grandes vilões, pois costumam causar confusão de bico, fazendo com que o bebê deixe de querer mamar diretamente no peito. Se, por qualquer motivo, for necessário ordenhar e dar o leite materno de outra forma escolha o método do copinho ou a colher.
Tire o foco da balança Nos primeiros dias o bebê irá mamar apenas o colostro. Os seios ainda estarão macios e o bebê aprenderá a fazer a pega correta. Após 3 ou 5 dias, acontece a descida do leite e os seios ficarão mais cheios. Todo bebê perde peso no início. A natureza é sábia e, por isso, nós já nascemos com uma reserva de energia. Essa perda de peso é, em média, de 10%, e ele pode ser recuperado até um mês após o nascimento. Cada pessoa é diferente da outra e os bebês também têm suas particularidades. Por isso, se algum profissional disser que você precisa complementar a amamentação com leite artificial, busque a opinião de um especialista em amamentação que possa ajudá-la a corrigir possíveis problemas de pega e melhorar as mamadas. E lembre-se: os gráficos de crescimento são feitos baseados em médias e isso significa que é normal, sim, ter crianças acima ou abaixo da média.
Aprenda a aumentar a produção Apenas o ganho de peso não é fator decisivo para dizer que o bebê não está mamando o suficiente. Se ele estiver molhando entre 4 a 6 fraldas de xixi diariamente e estiver “espertinho”, ele estará bem hidratado. No caso de precisar aumentar a produção de leite beba bastante líquidos, descanse e aumente o número de mamadas. Outro fator fundamental é amamentar ou ordenhar as mamas de madrugada. Temos um pico de prolactina durante a noite e é importante estimular a produção neste período. Nosso psicológico também influencia muito na produção de leite. Então, se perceber que está vivendo momentos de estresse, peça a ajuda de familiares para que essa situação seja solucionada e você possa voltar a relaxar e a se ocupar com o que você tem de mais importante naquele momento: seu bebê.
Conheça as recomendações do Ministério da Saúde Os bebês devem mamar exclusivamente o leite materno até os 6 meses. Isso significa que até essa idade eles não precisam de mais nada, nem água ou chá. Após esse período inicia-se a introdução de alimentos e a amamentação deve seguir, no mínimo, até 2 anos.
Escolha a livre demanda Hoje já se saber que ter horários rígidos para amamentar não é a melhor opção. Ofereça o peito ao seu filho sempre que ele quiser, pelo tempo que ele desejar. Assim a produção será estimulada e o bebê estará alimentado de forma adequada. Bebês têm a necessidade de sucção, por isso, ele provavelmente irá querer passar mais tempo mamando. Além disso, peito é o acalanto, a segurança e o carinho que ele precisa para entender esse mundo novo.
Não tenha leite artificial em casa Algumas pessoas podem nos dar de presente, na melhor das intenções, uma lata de leite artificial. Agradeça e devolva - ou a dê para alguém que você saiba que já faz uso deste produto. Ter leite em pó próximo da gente pode se tornar uma grande tentação em momentos de dúvida sobre a quantidade de leite materno produzido. Prefira procurar ajuda profissional antes de apelar para este recurso.
Ignore conselhos errados Sim, eles irão aparecer e você pode ignorá-los. Sempre haverá uma mãe, sogra ou amiga que vai te dizer que seu leite não está sendo suficiente e seu bebê está com fome, que chás podem ser dados para aliviar a cólica do bebê e que você está deixando seu filho mimado por permitir que ele fique tanto tempo no seu colo. Também vai ouvir dizer de alguém que se der leite artificial seu filho irá dormir a noite toda porque ele tem é fome. Mas a verdade é que bebês que tomam leite em pó demoram mais tempo para digeri-lo, afinal, ele não foi feito para o nosso organismo. Aliás, não há leite mais adequado para nossos filhos que o leite materno. Seu aparelho digestório ainda não está preparado para receber qualquer outro alimento. Agradeça a dica e a desconsidere.
Saiba onde procurar ajuda É possível surgirem dúvidas sobre a correta pega do bebê, sobre produção de leite suficiente, fissuras nos mamilos, tipos variados de mamilos (plano, invertido). Mas nada disso é motivo para você deixar de amamentar. Antes de desistir, procure ajuda especializada. Bancos de leite por todo o Brasil têm profissionais capazes de auxiliá-la com dificuldades na amamentação. Você também pode contratar uma consultora em aleitamento materno ou uma doula pós-parto para fazer o atendimento na sua casa. Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano https://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=393
Eles aprendem rápido Com o passar do tempo, seu bebê ficará mais eficiente para mamar e aquela mamada que costumava demorar, pelo menos, 20 minutos, será feita em apenas 3 minutos, por exemplo. Não se preocupe, seu bebê terá mamado o suficiente apenas neste tempo. Trata-se da crise dos três meses. Aliás, o mundo estará mais interessante para ele, portanto, ele deixará de querer ficar apenas no peito para começar a observar tudo o que acontece ao seu redor. Também não se preocupe se seus seios não ficarem mais tão cheios, trata-se apenas do nosso corpo adaptando-se à quantidade que o bebê precisa. Em tempo, a maior parte do leite é produzida durante a mamada.
Prepare-se para o fim da licença-maternidade Você não precisa introduzir leite artificial ou alimentos antes do tempo só porque tem que voltar ao trabalho. Comece algumas semanas antes do seu retorno a fazer estoque de leite materno congelado. O leite materno tem duração de 15 dias no freezer. Você pode fazer a ordenha manualmente ou com o auxílio de uma bomba. Já existem alguns lugares que oferecem o aluguel delas.
Amamentar é prazer Passados os problemas dos primeiros dias, o aleitamento materno torna-se um grande prazer, tanto para a mãe quanto para o bebê. Amamentar é dar o melhor alimento que ele poderia ter e dar, também, carinho, segurança e conforto. Infelizmente ainda vemos muitos profissionais da saúde desencorajarem o aleitamento materno prolongado (após os 2 anos). Mas saiba que não existe hora certa para o desmame. Esse momento deve ser decido entre mãe e bebê.